quarta-feira, 28 de abril de 2010

' É o que tem pra hoje...

Sabe quando você acorda com estômago ruim, estranhamente cansada de tudo, com vontade de mandar o mundo pra putaquepariu e sua única vontade é passar o dia deitada, de pijama?
Bem, meu hoje é esse!
Quero deixar o mundo lá fora rodando e ficar aqui no meu infinito particular, sem pensar em coisas que me deixem com dor de cabea, sem me importar com as coisas que merecem atenção e principalmente sem me importar...comigo.
Vou ficar aqui, presa em mim - com Lost, coca-cola e meu colchão macio. Vendo um pouco da vida passar, até querer voltar para ela de fato.
Dia depressivo, nublado...fazer o quê? Tô cansada de me irritar, chorar pelos cantos, tentar amenizar ou agradar e achar soluções. Cansada dessa rotina barata e desse meu grande vazio.
É, é o que tem pra hoje! ;)

segunda-feira, 26 de abril de 2010

' Você tá vazia, de amor próprio!

"Ela entrou no quarto, fechou delicadamente a porta e com a chave deu duas voltas na fechadura. Caminhou até a penteadeira, jogou a bolsa na cama atrás de si e contemplou o rosto maqueado no espelho borrado. Retirou o preto do olhos, borrando os cantos sem se importar, passou as costas da mão esquerda pela boca, com força - arrancando dali o batom vermelho. Soltou os cabelos cacheados um tanto bagunçados, piscou três vezes para seu reflexo imundo, borrado, distorcido e intocável. Em súbito apagou com as pontas dos dedos calejados a frase que permanecia escrita no espelho e há muito tempo não era então lida.
"Tem dias que a gente acorda disposto a levar tapa na cara!"
Pegou o primeiro objeto que pôde e o lançou contra o espelho, rachando-o bem no meio. Pelo vidro cortado viu as lágrimas rolarem, uma por uma. Engoliu em seco e rapidamente viu a expressão amargurada de uma desconhecida. Virou-se lentamente, encostou-se no móvel e deixou que o peso do corpo o levasse para baixo, sentando-se no lugar preferido do quarto. Abraçou os joelhos e depois tirou os sapatos de salto alto do pé, jogando-os aleatóriamente pelo chão. Olhou fixamente para frente, sem pensar em nada, apenas no sufoco que sentia e moveu-se para dentro do seu drama de tal forma que as lágrimas cessaram. Limpou-as todas, rapidamente e descontentemente. Ficou ali, por um momento vazio, contemplando o nada que se resumia no vazio em que o mundo se tornara, e que por sua vez não passava do reflexo da sua depressão, de sua alma suja e mal cuidada e de seu ego abarrotado de tristezas sem fim. Mergulhou no drama silencioso, repudiou a si mesma e as memórias mais mesquinhas e até conseguiu lembrar-se da voz do curinga em sua mente. Riu para si mesma e tapou os lábios com as mãos, odiando sua ironia esdruxula. Odiou-se, odiou-se e odiou-se. A cada momento ficava mais vazia e mais sem alma... Explodiu! Explodiu gravemente e as lágrimas não paravam mais de cair. Uma atrás da outra, entre soluços e tremedeiras... Chorou até quase perder a respiração e o peito doer por fora e por dentro. Largou-se por fim no chão e contemplou o teto, branco e tão vazio quanto seu ser. Desta vez não procurara a luz no fim do túnel, apenas procurara mergulhar o mais fundo que podia, pra ver se isso bastava. Mas numa realidade onde mais nada bastava, apenas terminou a madrugada frustrada, e ao invés de leve...pesada."
São muitas frases jogadas na minha cabeça e esse looping parece não ter fim. Há muitos meses que essa confusão, esse turbilhão, essa loucura persistem. Tudo só foi piorando. E eu causei tudo isso! Não consigo deixar de me sentir um lixo. Destruindo tudo com minhas mágoas, tentando aliviar dores que ainda não passaram, encontrando outros quereres pelo caminho, perdida em cada beco que parecia ter saída e no fim, não teve.

"- Por que eu deveria acreditar em você?

- Porque são quase cinco anos de um sentimento verdadeiro, que nunca morreu."

"Você trata mal as pessoas que te querem bem. Mas a vida é um boomerang. Tudo volta pra você, acredite!"

"Fuga, foi tudo que eu vi. Fácil, afinal."

Por que essas vozes insistem em falar? Cada vez mais alto... E tudo se mistura com cicatrizes que pensei não doerem mais em mim. Nesse fim, percebi que é tudo reflexo do que eu fiz comigo um dia. E que a muralha que eu tanto quis construir não se dissolveu... Não sou um monstro insensível, talvez só sinta o inesperado ou... Não sei mais de nada. Eu só queria que essas vozes parassem de me julgar, parassem de me perturbar. Queria poder ouvir um 'eu', apenas um, e que este fosse confiável. Porque desconfio de mim mais do que dos outros agora, e no meio do meu vazio cheio de precipícios, falhas e baralhos de carta em desconstrução eu me vejo inerte no meio do caos - que eu mesma causei.
Se lhe parece covardia ou não, sinto que não é isso.
Se lhe dói, dói em mim também.
Fique a vontade, pode julgar. Puxe uma cadeira e acompanhe. Me estapeie, me xingue, me destrua, me incomode. Sinta-se a vontade. Mas aviso que esse vazio meu, ainda parece imperecível. Vai doer um pouco, vou me incomodar um tanto, mas só vai passar quando meu 'eu', ou algum 'eu' voltar.
Isso eu escrevi ontem (25/4/2010):
"Como descarregar esse acréscimo de sentimento e não-sentimento que se é necessário? Como deixar transparecer algo nítido?
Fora uma ruptura necessária, uma traição maldita, uma não-traição sem consciência pesada, uma surpresa do destino, uma escolha, muitos cigarros e um porre com direito à ressaca moral até aqui.
Há os flashes do porre e os piores: do não-porre. Os flashes da vida. Vida que tem sido tão estranhamente vazia. Às vezes sinto que me roubaram um pedaço da alma. A parte triste é que deixei de me importar...
Ele me transmitiu apenas sua depressão. Nem amor, nem paixão. E o carinho vem dissolvendo em meia a raiva.
Ela me assustou, em todos os sentidos. Do começo ao fim. Com seu ser, seu encanto, sua essência e apego... Era puro demais, eu não pude corresponder.
Outra surpresa foi ele, chegando sutilmente, com um jeito diferente que eu já conhecia há anos. Me deixei levar, sem querer, sem pedir, sem pensar...
Veio o fim de semana, tudo virou um borrão, aconteceu e se foi... Tava precisando de algo assim, mesmo sabendo que o tal "algo assim" não seja minha resposta mais fiél. Mas eu ando tão "impulso", tão não-vivente, tão detalhista, tão sem paciência pra vida de verdade... Só consigo me ouvir ao escrever. Tem milhões de Eu's espalhados em mim, sussurrando no meu ouvido. CALEM-SE todos vocês! Tem tanta reticência e pouco choro.
Vamos finalmente acordar e DAR A CARA A TAPA? Um "tapa na pantera" seria menos confuso e bem menos divertido que esse circo de confusão que se instalou em mim.
Ainda em ressaca moral, termino o dia."

I NEED YOU!

Você entrou na minha vida na época em que eu não esperava muita coisa. Nem de mim, nem daquele ano, nem do próprio teatro. Eu estava em crise. E apareceu sem pedir nada, apenas quis um pouco de atenção, a qual eu demorei um pouco a ceder, naquela loucura cênica com mil pessoas falando ao mesmo tempo. E como você sabe, foi o destino, foi uma energia suprema, naquele exercício maravilhoso, que nos fez começar o que temos hoje e que teremos por muitas vidas mais...
Poderia alguém me entender mais do que você, amigo? Poderia alguém ser tão severo nas horas exatas, me estapear com as palavras que preciso e ficar bravo - sem esconder a revolta - nos momentos primordiais? Acho que essa coisa nossa, só a gente entende. Ou não entende, nem explica. Apenas sente. Sinto agora, nesse momento, que vou explodir! Porque eu quero muito te abraçar, te apertar, olhar pra você e dizer que EU O AMO e como eu não seria nada se não tivesse encontrado a minha metade! Pra fugir de tudo aqui, pra espairecer, pra rir e relembrar nossos momentos, pra conhecer seu novo lar e sua nova vida... Pra me completar e encontrar minha essência perdida em você. Quero te ver... Pra que suas palavras façam minha face arder e meus olhos encherem-se de lágrimas envoltas em esperança novamente. Pra que minha loucura seja sanada e esse turbilhão acabe. Pra que minha doença se cure. Pra que minha vida volte.

Quero olhar no fundo dos seus olhos, que conheço tão bem, e encontrar meu pedaço perdido, minha essência tão oculta em mim.

[Já passou de saudade, é necessidade ter você do meu lado agora.]

domingo, 25 de abril de 2010

' Bobeira é não viver a realidade.

Não me peça para mudar pro seu jeito, porque meu mudar é natural.
Não tenho um filme favorito, uma banda da qual sou fã fiél, não há um livro que seja o melhor ou só uma música que eu idolatre. Porque eu tô sempre encima do muro, com mil escolhas e dúvidas e nunca consigo definir as coisas corretamente. Porque odeio quando alguém diz que "as coisas são assim e ponto final", odeio essa não-novidade que as pessoas insistem em enxergar.
Não tenho comida favorita e tive muitos gostares, talvez algumas paixões. Mas nada se resume a um só.
Eu tenho mil faces, uma porrada de "eu's", um alter-ego, um lado isso, um lado aquilo. Multifacetas, meu bem. Sou de listar momentos, escrever no espelho a frase perfeita do dia, acreditar no horóscopo quando convém, responder sempre vagamente ou tentar detalhar demais. As coisas são abstratas, entenda! É muito relativo, muito do que sinto, muito do que acho que é naquele momento...e aí sim, ponto.
Momento. Não dá pra prometer nada, arcar com consequências, dizer que vou te amar, dar eternidade e essas coisas todas, que sempre parecem imutáveis e no fim nos surpreendem novamente exatamente com o fim.
Mas há sentimento, há muito carinho, há muito gostar. Há realidade demais às vezes e há ficção. Há muita verdade e transparência. Mas acima de tudo...há momentos e momentos!

segunda-feira, 19 de abril de 2010

' Sou de momento.

Quando eu era pequena, na cama antes de dormir, eu sempre me perdia em pensamentos. E diversas vezes me pegava imaginando a tal da 'eternidade' que todos adultos falavam, às vezes. - essas coisas de igreja, Deus, religião, boas ações e paraíso sempre dão mais medo do que acalentam. Meu coração começava a acelerar enquanto eu, a pobre criança, imaginava algo sem fim. Aquela agonia crescia, crescia, crescia e eu quase explodia no silêncio da noite! Queria tudo, até sumir... menos ser "imortal" num paraíso estranho...

Retrospectando, então, não há dúvidas: sou de momento.
Já tive vários apegos e todos passaram. As dores maiores do mundo, como eram pra mim, deram adeus pro meu coração e se foram com cinzas. As pedrinhas no sapato desapareceram. As vontades mais incíveis se dissolveram junto com sonhos e esperanças... "Quem pode garantir que vai ser assim pra sempre? Você prefere ser essa metamorfose ambulante, mesmo pagando caro por isso..."
Sou de momento, mudo rápido, talvez seja intensa. Queria me apegar a algo ou alguém e poder prometer de verdade e do fundo do meu coração que "será para sempre"; ter um amor eterno; não me cansar do trabalho, da rotina...
Ultimamente isso piorou, como uma doença inoportuna que parece não ter cura. Me canso da rotina facilmente. Sufoco até cair em desgosto por sufocar e ainda assim continuo nadando no tédio. Canso das palavras, das músicas, às vezes - na TPM - canso das pessoas e até de mim. Dos lugares, das bebidas, gostos, cheiros, prazeres, dores, agonias, desesperos e pensamentos. Canso de tudo, canso da vida. Oh, tédio maldito! Sou do tipo que precisa de ilusões, ainda que falsas pra manter-se "viva". Quando não há ilusões, parece que não há sentido em nada... E tudo só desaba e desaba, como um castelo de cartas na areia...
Respirar fundo não tem ajudado. Acordo feliz, bem feliz às vezes. Só que no fim do dia tenho vontade de chorar... Tem hora que parece que nada me surpreende mais, e nem uma manhã de chuva me faz sentir viva. Pensar que há um tempo atrás, eu atravessaria o inferno, só por ter certeza que tinha uma ilusão - uma mentira sincera interessante. Acreditava que não iria mais tropeçar...Tropecei no meu ego, por fim. O cuspe caiu na testa e feriu mais do que flecha.


Respirar fundo não basta; muito menos seu tapa na cara.
;)

(isso tava preso aqui em mim há dias. não que eu me sinta exatamente assim, hoje. mas saiu livremente...)

domingo, 4 de abril de 2010

' Roda, roda...

Caralho, parece que o mundo voltou a ser o mundo. É BEM estranho. Como se eu estivesse anestesiada
por um longo tempo e só agora tivesse os olhos arregalados, bem de cara com a realidade. Então, repito, o mundo voltou a ser mundo, o Pedro voltou a ser o Pedro, o Adrian voltou a ser o Adrian, a raiva se foi, a mágoa foi curada, coisas foram ditas, muito foi ouvido e subentendido - ou mesmo, apenas entendido. E, principalmente, o mundo voltou a ser mundo porque a Natana voltou a ser a Natana. As coisas encaminham-se para os eixos, e foi tudo automático. As coisas estavam resolvidas, precisavam ser ditas. Ainda haverão outras palavras, mas o medo se foi e a certeza - por hora - se fez/faz presente!
É uma ausência estranha. Um incomodo esperado. Com uma pitada de salgado. Um final com quê-de-novo-começo. Um elo entre as primeiras essências jogadas ao vento, incertas. Essências que depois de tanto tempo perdidas, retornaram e romontaram o sentido deixado de lado, junto com o descaso. Minha essência voltou pro frasco, a sua eu amarrei em mim, pra levar pro resto da vida. Uma marca imutável e um delicioso gosto doce inexplicável, pra todas as outras vidas. Quanto a tudo que não entendo ainda, penso em respirar fundo - igual aquelas crianças impacientes - revirar os olhinhos e aprender a esperar, ou ao menos lutar mais. Se você não entende nada disso, tudo bem, porque agora eu posso enxergar novamente a cor do meu antigo sorriso. O sorriso bom, que aprendi nesse meio tempo, não esse cínico que se instalara com o resto da angústia. Obrigada por capturar um pedaço da minha essência, devolver o que de fato me pertencia e principalmente por deixar a sua aqui...Estou repetitiva, eu sei. Mas é a necessidade de o ser. Enfim, eu posso respirar e deixar aqui outras citações.

"Você não pode voltar atrás e fazer um novo começo...mas nunca é tarde para fazer um novo fim. Então pegue a sua vida miserável como está. E lute!
Resgate aquela menina que eu conheci há um ano atrás!
Que ama a vida, idolatra arte e mais do que tudo acredita nas pessoas.
Faça o seu melhor sempre.
Melhore!
Você tem o poder.
Nada mais te segura agora.
Seja feliz.
Por ser você.
Por estar viva
Por ter pais.
Por ser amada.
Por ter amigos.
Por estar no mundo, caindo, levantando e mais do tudo APRENDENDO.
Agradeça a Deus todos os dias por isso.
E aprenda a melhorar com suas quedas. - E não a cair mais no fundo do poço por causa delas.
PASSOU.
Agora chega.
Hora de levantar, sacudir a poeira do vestido e passar um paninho seco no scarpin...
Levantar a cabeça, fazer um coque e desfilar na passarela da vida DE NOVO de cabeça erguida e cheia de esperanças.
Como a mulher maravilhosa e cheia de amor pra dar que você É.
Ok?" - Por Pedro Lima D'Água, minha metade, que completa-me quando preciso (e quando não), que me faz chorar e que não nega adorar isso! (Amo você! OBRIGADA!)

E por fim...

"Eu vou sair por aí, sair pela rua, nadar pelo drama... Procurando migalhas, encontrando caquinhos e tentando montar a sua essência, da qual eu nunca quis me desapegar." - essa frase foi solta e também já virou passado. Já encontrei tudo que precisava por hora.

E quanto à velha roda gigante que é a vida ou o moinho eterno que é o mundo... Bem, ela continua a girar e ele a rodar, levando o destino pra lá.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

' Qual mentira iremos celebrar?

O sol não parou de brilhar.
Porém, nós continuamos depressivos.
Continuamos desesperadamente famintos, andando alucinados pelas ruas tortuosas.
Com maços de cigarro. Com bebidas nas mãos. Com palavras profanas em meio a fumaça imunda.
Com muito amor guardado, mas também muito ódio, muito tédio, muita vida que se viu passar. A neblina distorce as lembranças e só o que fica é a vontade de gritar.
Ainda queremos correr, ainda queremos fugir, pela porta dos fundos desse mundo que ainda não nos tem sentido. Queremos um sentido, queremos nos banhar - nus - no mar gelado, queremos pagar pra ver, rir na cara das marionetes e fazer da nossa poesia a nossa verdade, do nosso palco a nossa realidade.
Nós queremos um basta pro nosso teatro irreal, pro nosso drama infernal, pro nosso caos tão particular e tão igual...

O que nós queremos não se define apenas como liberdade.


"Eu me olhei no espelho e me dei um tapa na cara."