domingo, 19 de dezembro de 2010

Domingo é o dia perfeito para escrever, para se encontrar em algumas palavras jogadas ao vento. Estou aqui com minha caneca de café, desejando uma latinha de cerveja e alguns sorrisos mais tarde. Desejando uma simplicidade que me tire desse tédio quase amigo.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

' Das coisas que não tive coragem...

Queria não saber contar metáforas.
Queria dizer àquelas pessoas ali o que me sufoca.
E que tudo fosse simples, que tudo fosse fácil e muito pouco fosse considerado errado.
Se eu pudesse ao menos ter sempre certeza das coisas. Mas não aguento mais andar tropeçando e tropeçando nas pessoas pedir o apoio delas e nelas me apoiar.
Queria que meu grito no escuro e minhas lágrimas no silêncio fossem o bastante pra me confortar de mim, dos meus atos falhos, do meu mundo, da minha inércia, da minha dor.
E que eu pudesse, simplesmente, sustentar-me em mim, com redundâncias, reticências e subjetivismos tão meus.
Mas eu quero alguém pra me salvar... Dessa minha loucura, de distorções e paradoxos e armadilhas que crio pra mim.

"A valsa era triste, mesmo ao som animado que vinha da natureza pacata. Tinha um cheiro vazio em meio ao gosto doce e a água que escorria era suja."

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

' De todas as coisas que ainda não fiz...

Não terminei de ler aquele livro. Aqueles livros, na verdade. E são histórias das quais me privei, as quais nunca saberei como terminam. E foi provavelmente por preguiça, que acabei deixando um pouco do mundo passar num dia, mais um pouco noutro. E foi incrível e unicamente por preguiça que me deitei no chão com as portas e janelas fechadas, que simplesmente contemplei o meu teto, ao invés de sair e contemplar o teto do mundo. Mas eu costumava ter o esforço de subir na laje da casa, só pra ver o sol se pôr. Costumava acordar cedo, para vê-lo nascendo. Trazendo toda aquela esperança amarela que só o sol é capaz de trazer. E com o passar dos dias, fui deixando muita coisa de lado, matando um a um os meus pedaços mais deliciosos e prazerosos, só por preguiça.
Foi a mim que matei, e não o meu mundo. Matei os sonhos, os desejos, as vontades, as ilusões, as verdades
. Até que cheguei num beco mal iluminado e caí de joelhos. O mundo todo havia passado e restara só o que eu fizera de mim. Sem ninguém que pudesse socorrer minha alma. Claro, eu havia matado até meu pedaço mais lúcido. Foi quando as lágrimas me invadiram e eu senti algo que não sentia há tempos. Me senti viva. O sol começou a brilhar naquele beco escuro, pouco a pouco. E pouco a pouco foram aparecendo ao chão, todas as máscaras que fizeram parte de mim. Então eu me levantei e corri, até encontrar a areia da praia. Com sua imensidão, sua perfeição, seu infinito. E senti-me completa de mim, até afogar-me em meu próprio eu.