domingo, 28 de agosto de 2011

' Estranhas Entranhas / Entranhas Estranhas

Quero arrancar essa roupa
(estar nua)
Quero silêncio interno
Quero...
Fugir desse mecanismo
- de fuga.
Ouvir o som que vem de dentro
ME livrar das
amarras apertadas
(Sou pura re-volta)
Ser enquanto ser...
Quero vomitar minhas entranhas
Assim, estranhas.
Colocá-las para fora
e segurá-las
Eu vejo a tinta
manchando o papel e o
instante muda; agora passou, foi.
E o que fiz, fizeram
ou fizemos de mim?
Quero me dissolver
na escuridão da noite,
me diluir na imensidão
do mundo.
Minhas entranhas...
Sinto gosto de náusea, sinto
que tudo vai sair
Quero desconstruir
minha estúpida existência
Quero não me ser...
Quero me vomitar inteira e me devorar de novo, depois.
Pra entender, saber, sentir
o gosto que tenho.
(27-08-2011)

domingo, 7 de agosto de 2011

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Não dá pra me encontrar no meio dessa bagunça. Livros, apostilas, papéis e conteúdos dos quais eu necessito, os quais eu vivo, respiro, sinto, transbordo. Todos os dias têm sido assim: eu "me" esqueço, deixo minha própria existência para neles residir - livros, principalmente. Daí acaba que depois de ficar "em função de" tudo isso ao meu redor me traduz, sem pedir meu querer. Eu respiro fundo, tomo um gole de café, muitas vezes me conformo. Mas não deixo de pensar como isso é doentio... Tem um mundo girando lá fora. E mesmo quando eu tô na grama, quando estou dentro do mundo de fora, tem algo que não faz sentido. Cansei desse encaixotamento robótico... De colocar cada x no seu lugar e corresponder com um y naquele eixo milimetricamente construído pra ser daquele jeito perfeito. Também cansei de ficar analisando ângulos alternos, internos, congruentes e opostos pelo vértice. Cansei da receitinha para dissertar, das fórmulas físicas... Não gosto mais de caixas. Daí penso e me conformo. (ops, acho que me contradisse!) E o mais incrível: encontro alguns sentidos e confortos no meio de tanta bagunça. Mal posso esperar pelo momento em que adentrarei no universo de Freud, Lacan e outros tantos... Enquanto isso o que faço é respirar fundo, com esse pulmão cansado e voltar a olhar pras caixinhas. Bem, pelo menos elas não estão mais como antes: cheias de roupas e croquis organizados...