sábado, 22 de janeiro de 2011

Estava de salto alto, um vestido preto, óculos escuros e carregava o último cigarro daquele maço entre os dedos. Cada tragada não lhe proporcionava nada além de um vazio imenso, além de ter dúvidas sobre a questão de prazer que aquilo oferecia. Jogou o cigarro pela metade na guia da rua enlameada e adentrou o local com a placa "Torture-se". Subiu os degraus além do hall e colocou-se em pé, frente a recepcionista que a encarava com uma expressão de tédio. Esta forçou-se a sorrir e perguntou em que poderia ajudar. "Tenho hora marcada." - respondeu grosseiramente. A garota da recepção apenas escondeu o sorriso falso e fez uma ligação, confirmando que a senhora de luto poderia entrar na sala mais próxima, à sua direita. E assim o fez. Andou com os saltos fazendo "tec tec" e entrou no lugar escuro. Incenso. Música relaxante. Uma espécie de maca forrada com um tecido macio. Um médico que se visto na luz, tinha cara de psicopata. Aquela era sua terceira sessão, já sabia o que fazer. Tirou os sapatos, deitou-se na maca com a barriga para cima e esperou que o senhor fizesse seu serviço. Como de praxe, ele perguntou se ela estava bem, e por educação ela respondeu: "Ainda não percebi efeito..." - foi praticamente um murmuro daqueles que vem de pessoas que querem se desagarrar da própria vida...
E sob a penumbra o médico começou os procedimentos. Uma agulhada em cada pé. E depois nos tornozelos. Aumentou a intensidade das picadas... Nas batatas da perna. Nas coxas. Na barriga. Aumentou ainda mais...Nos braços. Peitos. Pescoço. Orelhas. Lábios - que derramaram uma gota de sangue. Bochechas... E por fim na cabeça. Com mais força. Uma. Duas. Três. Quatro. Cinco... e nada! A moça deitada parecia não sentir nada. Nem um sussurro de dor ou estremecimento. As pupilas não demonstravam dor ou medo. Só transmitiam o mesmo vazio de sempre. Talvez, nem mesmo seu coração pulsasse com mais vida. Ele pediu que ela se levantasse. Suspirou e concluiu: "Vamos tentar mais algumas sessões... Talvez aumentando as picadas ou a força você tenha alguma melhora." Abriu a porta e indicou com a mão para que ela saísse. E ela o fez. Colocou-se para fora daquela clínica insana, com a mesma expressão que entrou. Não se abalava com a ausência de eficácia do tratamento. Talvez nunca mais encontrasse sentido na falha vida. Caminhou pela rua desejando mais um cigarro e parou na padaria mais próxima para comprar mais. (talvez tenha até esquecido os saltos no consultório e nem disso se deu conta.)

...

Será que prá alguém essa moça parece viva?

"Às vezes eu tenho vontade de me jogar em frente a um carro. Não quero exatamente que ele me mate. Mas talvez o choque me faça acordar e viver. Não seria de todo mal, não seria."

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

' levantando a moral?

bom, daí eu pensei "por que não uso o twitter para algo realmente aproveitável?".
*vinheta*
eu poderia apenas divulgar o meu blog! seria uma divulgação intensa, para que as pessoas lessem algo, digamos, mais interessante, ao invés de descobrir se seu melhor amigo almoçou lasanha. é uma equação simples: as pessoas que estão lendo o twitter não tem nada melhor para fazer e é exatamente por isso que estão lendo sobre o almoço dos malditos amigos ou mesmo sobre os vídeos novos dos vlogueiros mais famosos que aparentemente são amigos dos caras do cqc. e se estas pessoas estão dispostas a ler futilidades no twitter, elas estão proporcionalmente motivadas a ler o meu blog. a diferença é que o post vai ter bem mais de 140 caracteres e não vai ser sobre meu almoço, do qual ninguém quer saber! você quer saber sobre mim? obviamente não! mas, cá entre nós, EU TENHO CERTEZA que o trabalho escolar do seu amiguinho, a piada interna dele, o almoço e a última coisa que ele fez não são nenhum pouco interessantes a você.

no mais, vai que você concorda com alguma filosofia insana que eu tenha expressado ou gosta de algum conto insano meu? e eu juro, se você não gostar, pode me xingar muito no twitter que eu vou ligar menos do que o pc siqueira. tá liberado! ;)

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

não, esse não vai ser um longo post cheio de frustrações ou confissões sobre 2010. não vou reclamar, não vou poetizar, não vou chorar nem espernear. quero começar 2011 tacando o foda-se geral! e dessa vez eu juro, que vou foder com tudo e todos que tentarem ser pedras no meu caminho. ah, se vou...