segunda-feira, 18 de abril de 2011

' Vivendo espero.


“Tem vez que as coisas pesam mais do que a gente acha que pode aguentar.”


Tem muito chicote me chicoteando a pele frágil. Daí eu tenho vontade de correr... mas não do chicote, necessariamente. É uma vontade grande de correr de mim. E correndo de mim eu me desvencilharia dos chicotes, como consequência.

Sinto como se eu não pudesse me dar ao luxo de parar e respirar. Tem um mundo pesando nos meus ombros... Tem medo, tanto medo. Do rumo incerto que as coisas estão tomando. Medo de rumar para um caminho que não é meu...

Tô cansada de me calar. De silenciar e de sentir isso pesando em mim. Cansada de carregar lata d’água na cabeça. De ser carinhosa, doce, afobada, impaciente, mimada. Quero mudar palavras, frases, vírgulas, parágrafos... É uma daquelas velhas vontades de provar pra mim que não, as coisas não são como são. Que posso mudar tudo, mesmo que me neguem isso.

E por que tanta revolta, você vai dizer?

Porque cansei de viver pro amanhã. De viver esperando que o próximo dia seja lindo. Esperando que você mude ou que se importe ou que telefone... Cansei de fingir que estou bem, esperando pelo amanhã em que realmente estarei. Cansei de fingir que não vejo, não sinto, não gosto. Cansei de ilusões e de dizer que tudo vai ficar bem, que tudo vai ser maravilhoso. Apenas me sinto farta. Daí é só questão de tempo pra jogar tudo pro alto. Porque tem gotas acumulando no copo sobre a mesa.

quinta-feira, 14 de abril de 2011


Calma. Uma palavra, um dom, algo que nunca tive. Meus pensamentos são sempre redemoinhos, meu choro vira ânsia, meus gestos são frenéticos, eu engulo as palavras falando demais e atropelo as pessoas na rua quando corro. Tento prestar atenção em várias coisas ao mesmo tempo, pensamentos distintos me invadem simultaneamente, eu quero sempre mais e mais correria, mais carga, mais energia, tudo mais... Eu não sei respirar!
Mas depois do que ele me disse, eu refleti muito. Eu parei. Respirei. Andei lentamente. Observei muitos detalhes preciosos. Fiz questão de fazer meu trajeto a pé e o mais lento que pude. E foi como descobrir outra pessoa vivendo em mim. Meus pensamentos ficaram mais claros, minhas incógnitas se desmistificaram um pouco e, enfim, cheguei ao meu destino. Talvez com dez minutos de atraso a mais, por ter caminhado tão devagar. Mas isso tornou-se indiferente. Tenho tentado então viver um pouco mais sinceramente, como não fazia há algum tempo. Vivendo alguns detalhes importantes e transparecendo mais meus ideais. Tentando passar minhas verdades sem medo de pré-julgamentos alheios. Hoje estou tranquila e determinada. E o mundo continua girando freneticamente...

quarta-feira, 13 de abril de 2011

(Re)apaixone-se



de um lado a complexidade. do outro a simplicidade. no meio, tudo. e nesse tudo, o belo. tive momentos intensos hoje... passei uma semana reunindo pesos que pesaram ainda mais hoje. extravasei meus sentimentos, meus pensamentos, minhas divagações... compartilhei sorrisos, chorei muito e dividi um pouco de todo esse peso. eu gosto da relação com as pessoas e de como essas relações sempre me mostram coisas sutis que fazem diferença marcante no todo. fica a lição do re-apaixonar-se. por um gesto, um sorriso, uma palavra, um momento, uma foto, um pôr-do-sol, o silêncio e a solidão, um carinho, um brilho no olho... reapaixonar-se pela vida, pelo que corre em você, pelo que você é, por cada passo que te fez assim... reapaixonar-se pelo amor. o amor contido em tudo isso.
"Melhor viver, meu bem, pois há um lugar em que o sol brilha pra você. Chorar, sorrir também e depois dançar... dançar na chuva quando a chuva vem!"

domingo, 10 de abril de 2011

É só isso?



Tenho me questionado mais. Por que sou assim, por que faço as coisas dessa maneira, por que tenho tanto medo. Eu tenho medo de quê? Sempre me deparo sentada na beirada de um abismo. Do lado em que estou, estão também minhas verdades. Do outro lado, bem distantes, estão as verdades que eu queria ser ou ter. Por mais que eu mude o jeito de pensar ou mesmo minhas atitudes, estes mesmos dois lados nunca se aproximam e tudo continua igualmente distante. Não gosto do peso que coloco nas coisas. Não gosto de como minha alma se machuca com pequenos cortes superficiais. Não gosto da minha fragilidade, da minha carência, da preocupação excessiva e principalmente do meu silêncio. - Quando eu saí daquela sala na semana passada, eu estava nua. Não era você que eu tinha encontrado, era a mim. Foi como se eu tivesse passado uma hora em frente o espelho, falando e calando para mim. O meu próprio peso caiu sobre meus ombros e me jogou no chão. Eu me senti terrível... São metáforas, verdades cuspidas do meu jeito e probleminhas que torno maiores. Não, não era SÓ isso. Você tinha razão. E eu cansei de ter que fugir do meu eu.

quinta-feira, 7 de abril de 2011


O acaso faz parte de nossas vidas de forma tão intensa que mal nos damos conta. Estamos incrustados à sua sorte. Você acordou hoje, se arrumou, saiu de casa e ao colocar o pé na calçada, o acaso estava com você. Havia várias pessoas nas ruas, o ônibus estava lotado, você esbarrou com algumas pessoas tão apressadas quanto você e por fim, chegou ao trabalho. Tudo ocorreu normalmente. Você tomou um cafezinho, fumou um cigarro na hora do almoço, teve a pausa diária e depois voltou a encher a cabeça... Quando seu expediente acabar, você fará o percursso de volta para casa e voltará para sua família, depois de ter cruzado com mais outras tantas pessoas diferentes das que encontrou pela manhã. Você vai descansar, jantar, conversar um pouco e depois dormir, para encarar um novo dia amanhã. Se tudo isso ocorrer naturalmente eu posso dizer "Parabéns! Você completou um ciclo e sem que se desse conta, você sobreviveu a mais um dia! Escapou de possíveis balas perdidas, da fúria de outras pessoas que são vítimas de um sistema falho e até mesmo de um acidente de carro que pode ter acontecido bem perto de você. O acaso esteve ao seu lado e nesse dia, te levou a sobreviver... Mas como será o dia de amanhã?" Amanhã uma nova sorte será lançada e o acaso irá lhe acompanhar novamente. Amanhã é um outro dia que ninguém sabe como será. Mas hoje você está vivo... Se dê conta disso, viva e não sobreviva ao acaso. Eu suplico.